Introdução: Diante dos desafios da escassez hídrica e das desigualdades socioambientais enfrentadas por comunidades periféricas urbanas, o projeto Água que Irriga Vida – uma proposta de ecologia integral e solidária propõe uma ação educativa que articula ciência, espiritualidade e cuidado com a casa comum. Desenvolvido por estudantes da Oficina de Iniciação Científica em parceria com a Pastoral Escolar da Marista Escola Social Lúcia Mayvorne, o projeto se inspira na encíclica Laudato Si’ e no texto-base da Campanha da Fraternidade de 2025, promovendo uma ecologia integral que reconhece a água como direito humano fundamental e expressão concreta da justiça social e ambiental. Objetivos: A proposta parte da pergunta: Como contribuir para a sustentabilidade hídrica da horta escolar, por meio de práticas que fortaleçam os vínculos e o cuidado coletivo da comunidade? Com base nessa questão, o projeto desenvolve práticas de educação científica crítica, envolvendo os estudantes em todas as etapas da construção de um sistema de captação e armazenamento de água da chuva para irrigação da horta escolar. Materiais e Método: Para tanto, foram realizadas leituras técnicas e científicas, análises do índice pluviométrico local e o dimensionamento do sistema, com atenção às necessidades da horta e às possibilidades estruturais da escola. O sistema será instalado no telhado da biblioteca, com calhas de 13 m que conduzem a água até um reservatório de 500 l. O projeto prevê ainda o descarte da primeira água, a instalação de filtros de detritos e o monitoramento semanal da quantidade de água coletada por meio de régua de nível na cisterna. Mais do que uma solução técnica, trata-se de uma ação formativa e simbólica que fomenta a corresponsabilidade comunitária na gestão sustentável dos recursos naturais. Resultados: Alinhado aos ODS 6 e 12, o projeto afirma a escola como espaço de resistência, esperança e transformação social. Ao promover a integração entre conhecimento científico, ética do cuidado e práticas de solidariedade, a iniciativa valoriza saberes locais e fortalece o vínculo entre estudantes, educadores e comunidade, cultivando a consciência ecológica e o protagonismo juvenil. A espiritualidade, nesse contexto, amplia o sentido do cuidado e inspira a construção de um futuro mais justo, regenerativo e habitável. A ciência, por sua vez, é compreendida como prática crítica e situada, orientada por valores de equidade, solidariedade e justiça socioambiental. Considerações Finais: Trata-se, portanto, de uma proposta que semeia esperança ativa e reafirma a potência educativa da escola na construção de caminhos de reconciliação entre humanidade e natureza.
Palavras-chave: Ecologia integral; Cisterna; Horta escolar; ODS 6.