Introdução: A poluição das águas, intensificada pela urbanização desordenada e pela ausência de políticas públicas efetivas, ameaça ecossistemas e compromete o direito humano à água. Em contextos periféricos, esses impactos são ainda mais severos, demandando práticas educativas que promovam pertencimento, responsabilidade coletiva e consciência crítica. O projeto “Manezinho, um girino em defesa das águas: aprendizagem de programação e IA com foco em educação ambiental”, desenvolvido na Marista Escola Social Lucia Mayvorne, propõe integrar programação, IA e educação ambiental para fortalecer a consciência ecológica e o protagonismo juvenil. Objetivos: O objetivo central é desenvolver um jogo digital educativo protagonizado pelo “Manezinho”, inspirado na rã Ischnocnema manezinho, como ferramenta de sensibilização sobre a preservação das nascentes e corpos d’água. Busca-se, simultaneamente, promover a aprendizagem de lógica de programação e o uso crítico da IA, além de fomentar a valorização cultural e ambiental do território. Materiais e Método: O processo incluiu: rodas de conversa sobre problemas ambientais locais; definição coletiva da narrativa e personagens do jogo; introdução à lógica de programação em HTML e JavaScript; estudo de mecânicas de jogos (quiz, memória e arcade); construção progressiva do código; e aprimoramento com apoio da IA para depuração, sugestões de código e revisão de narrativas. Além da produção do jogo, foi planejada uma ação educativa com estudantes dos anos iniciais, incluindo roda de conversa, contextualização audiovisual e interação prática com o jogo. Resultados: O projeto resultou no jogo digital “Manezinho, um girino aventureiro”, composto por três fases que abordam, de forma lúdica, a temática da poluição hídrica. Os estudantes desenvolveram competências em lógica de programação, pensamento computacional, resolução de problemas e trabalho colaborativo. A utilização da IA potencializou a criatividade e viabilizou a realização do projeto em tempo reduzido, sem substituir o protagonismo estudantil. A ação educativa, por sua vez, possibilitou o diálogo intergeracional, ampliando a sensibilização sobre a importância da preservação das águas na comunidade. Considerações Finais: O projeto demonstrou que é possível articular tecnologia, cultura local e educação ambiental em práticas pedagógicas inovadoras. Ao transformar problemas reais do território em narrativa interativa, os estudantes vivenciaram a ciência como ferramenta de engajamento e cidadania. O jogo produzido não apenas reforçou a aprendizagem de programação, mas também se consolidou como recurso educativo para sensibilizar crianças e jovens sobre a preservação dos recursos hídricos, alinhando-se aos ODS 4, 6 e 14 e reafirmando o papel da escola como espaço de inovação e responsabilidade social.
Palavras-chave: Manezinho, um girino aventureiro; Jogo digital; Poluição das águas; Políticas públicas.
