Introdução: Os oceanos, que cobrem cerca de 71% da superfície da Terra, desempenham papel crucial no equilíbrio climático, na regulação do ciclo hidrológico e na manutenção da vida. Entretanto, o descarte inadequado de resíduos sólidos urbanos, sobretudo plásticos e microplásticos, tem comprometido a saúde marinha e a segurança alimentar global. Em cidades costeiras como Florianópolis, cada rua, bueiro e ralo pluvial está conectado ao mar, tornando-se potenciais vetores de poluição. Nesse cenário, a escola assume a responsabilidade de promover práticas educativas que conectem cotidiano urbano e conservação marinha. Surge, assim, o projeto “O mar começa aqui”, que busca sensibilizar a comunidade escolar e o território para a preservação dos oceanos por meio de ações educativas críticas e participativas. Objetivos: O objetivo central é conscientizar crianças e jovens sobre a relação entre práticas cotidianas urbanas e a saúde dos ecossistemas marinhos. O projeto visa fomentar o protagonismo estudantil na promoção de atitudes sustentáveis, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 11, ODS 14 e ODS 4. Materiais e Método: Planejou-se uma ação educativa com estudantes dos anos iniciais. As etapas incluem: 1. Contação de história do livro Tá Limpo! com fantoches, abordando a jornada de uma sacola plástica até o mar. 2. Experiências sensoriais (tato, olfato e audição) para estimular vínculos afetivos com o ambiente marinho. 3. Produção de bioglitter a partir de materiais naturais, substituindo o glitter poluente. 4. Criação de ecobilhetes, digitalizando ilustrações infantis com mensagens de conscientização, a serem distribuídos na comunidade. 5. Intervenção comunitária, com pintura de bueiros com a frase “O mar começa aqui” e entrega dos ecobilhetes em espaços públicos. Resultados: A execução piloto envolveu integração entre estudantes da Iniciação Científica e crianças do ensino fundamental, promovendo aprendizado intergeracional. As atividades lúdicas favoreceram a reflexão sobre o impacto do lixo urbano nos oceanos, ao mesmo tempo em que desenvolveram habilidades criativas e colaborativas. A pintura dos bueiros e a circulação dos ecobilhetes ampliaram o alcance da mensagem, transformando a comunidade em espaço ativo de sensibilização ambiental. Considerações Finais: O projeto demonstrou a potência da articulação entre ciência, arte e intervenção comunitária como estratégia de educação ambiental. Ao envolver estudantes em práticas criativas e de mobilização social, consolidou-se como um dispositivo inovador de divulgação científica popular. Além de promover consciência crítica sobre a preservação marinha, reafirmou a escola como espaço de cidadania ambiental, onde crianças e jovens atuam como protagonistas na construção de territórios mais sustentáveis e resilientes.
Palavras-chave: Educação ambiental; Intervenção urbana; Preservação dos oceanos; ODS 4.
