Introdução: A opressão feminina, historicamente construída e enraizada no patriarcado, constitui um fenômeno sistêmico que molda culturas, economias e sociedades. O patriarcado é sustentado por mecanismos como o machismo – entendido como uma tecnologia política para a naturalização da paternidade de gênero – e a misoginia, que atua como um discurso punitivo de ódio contra mulheres. Objetivos: O objetivo central foi analisar o patriarcado como sistema sociocultural de dominação masculina, evidenciando suas bases históricas e as formas como se mantém e se reinventa. Como objetivos específicos, exploramos a evolução teórica do conceito, a intersecção entre patriarcado, machismo e misoginia, e os processos de naturalização e desconstrução dos papéis de gênero. Materiais e Método: Adotou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, permitindo levantar e discutir perspectivas de autores e autoras. Resultados: Os resultados sugerem que o patriarcado não é um fenômeno natural, mas uma construção social e histórica que se consolida por meio da regulação da sexualidade feminina, da institucionalização da autoridade masculina e da atribuição de papéis de gênero rigidamente definidos. O machismo e a misoginia, como ferramentas de manutenção desse sistema, operam tanto no plano simbólico quanto nas práticas cotidianas, sendo frequentemente internalizados até mesmo pelas próprias mulheres. A análise revelou que a globalização e o capitalismo, além de contribuírem para a possibilidade de circulação de discursos feministas e identitários, reforçam a exploração e a invisibilidade do trabalho feminino, perpetuando desigualdades. Nesse sentido, a interseccionalidade se mostrou fundamental para compreender como raça, classe, sexualidade e outros marcadores sociais intensificam a opressão. Considerações Finais: Conclui-se que a superação do patriarcado exige mais do que mudanças legais ou políticas pontuais: requer uma profunda transformação nas estruturas culturais, econômicas e sociais que naturalizam a desigualdade de gênero. A crítica feminista interseccional e a desconstrução de papéis normativos surgem como caminhos indispensáveis para o enfrentamento do sistema. Assim, o combate à opressão feminina na contemporaneidade deve articular práticas culturais, políticas inclusivas e ampla mobilização social, com vistas à construção de uma sociedade verdadeiramente justa, democrática e plural.
Palavras-chave: Humanas; Sociais; Mulheres; Patriarcado; Sociedade.