Introdução: O uso excessivo das redes sociais tem se mostrado um fator de risco para a saúde mental de adolescentes e jovens, contribuindo para o aumento de sintomas como estresse, ansiedade, depressão e solidão, além de prejudicar o desenvolvimento cognitivo, social e físico, o que desperta atenção crescente no campo da Atenção Primária à Saúde. Nesse contexto, o objetivo do estudo é investigar os efeitos do uso excessivo das redes sociais na saúde mental de adolescentes e jovens, bem como compreender como esse tema vem sendo discutido em pesquisas voltadas à Atenção Primária. Para isso, inicialmente foi realizada uma revisão integrativa da literatura, metodologia que possibilita reunir e sintetizar o conhecimento científico disponível, de forma crítica e estruturada, permitindo identificar evidências, lacunas e tendências relacionadas ao tema; as buscas foram realizadas nas bases Portal de Periódicos CAPES e Google Acadêmico, utilizando os descritores “Saúde mental”, “Comportamento digital”, “Problemas psicológicos” e “Adolescentes”. Os resultados evidenciam que o uso intensivo das redes sociais estimula o sistema de recompensa do cérebro, gerando dependência semelhante à causada por substâncias químicas, além de favorecer ansiedade social, medo de exclusão (FoMO), isolamento e diminuição da interação presencial. Além disso, foram analisados dados de pesquisas vinculadas à tese do Programa de Pós-Graduação em Medicina Molecular da UFMG, que avaliaram os efeitos psicológicos da exposição às telas em idosos e principalmente crianças, com foco em indicadores como depressão, ansiedade e nomofobia. Os resultados mostraram que 72% das crianças apresentaram aumento dos sintomas depressivos relacionados ao uso excessivo de telas, enquanto os idosos manifestaram nomofobia, caracterizada pelo medo de se afastar do celular. Conclui-se que, embora a tecnologia ofereça benefícios, seu uso excessivo pode trazer consequências graves para a saúde mental, sendo essencial conscientizar famílias, escolas e sociedade sobre os riscos da dependência digital e a importância de incentivar hábitos equilibrados, atividades físicas e limites de tempo, além de reforçar a necessidade de discutir o tema na Atenção Primária como forma de subsidiar estratégias de prevenção e promoção da saúde mental. Objetivos: analisar os impactos dessas práticas digitais e como o tema vem sendo abordado no contexto da Atenção Primária à Saúde. Materiais e Método: Este projeto, representa a parte inicial da pesquisa desenvolvida cuja centralidade é analisar os impactos das práticas digitais e como o tema vem sendo abordado no contexto da atenção primária à saúde, dessa forma, como forma de compreender o que se tem produzido acerca da temática, inicialmente realizou-se uma revisão integrativa. A revisão integrativa constitui um método que permite a síntese do conhecimento científico existente, bem como a aplicação prática dos resultados obtidos. Tal abordagem se fundamenta em um levantamento bibliográfico sistemático, considerando a experiência acumulada pelos autores na condução desse tipo de revisão (Souza; Silva; Carvalho, 2010). Trata-se de um instrumento relevante no contexto da pesquisa científica, pois possibilita uma análise abrangente da literatura disponível e fomenta a produção de novos conhecimentos, por meio da reflexão crítica do pesquisador sobre dados já existentes, coletados, extraídos e analisados de forma estruturada (Hassunuma, 2024). As buscas foram realizadas nas bases de dados, Portal de Periódicos Capes e Google Acadêmico, por meio dos descritores “Saúde mental”, “Comportamento Digital”, “Problemas psicológicos” e “Adolescentes”. A partir da busca nas bases de dados adotou-se como critérios de inclusão os artigos que abordassem acerca da temática. Resultados: A seguir, destacam-se alguns benefícios e impactos da atenção ao assunto abordado. Um deles é mostrar a importância aos responsáveis legais de menores de idade, educadores infantis e jovens com acesso em excesso aos aparelhos eletrônicos. Isso alerta sobre os impactos do uso excessivo das redes sociais. Dentre eles, se destaca a atenção para mudança física e psicológica, a ansiedade, particularmente a ansiedade social, também é exacerbada pelo uso das redes sociais. O medo de perder algo importante ou não ser parte de conversas relevantes, conhecido como “FoMO” (Fear of Missing Out), faz com que os jovens se desesperem e querem estar conectados e saber de todos os memes e brincadeiras atuais, mantendo-se o mais on-line possível. Cito Ivo Carraro, psicólogo da Uninter: “O celular ativa continuamente o Sistema de Recompensa, estrutura do cérebro que recebe toda atividade prazerosa.” Esse estímulo constante é o que gera dependência, em um processo similar à atuação de drogas ilícitas”. Desse modo, fica claro que a dopamina liberada por esse dispositivo faz com que os jovens tenham uma dependência pelo mesmo. Considerações Finais: As considerações finais sobre o uso excessivo das redes sociais em adolescentes e jovens revelam a importância da devida atenção ao uso de tal. Embora o avanço tecnológico tenha um impacto positivo em vários aspectos, ele nem sempre vem com boas intenções e também traz riscos significativos, como a comparação social, o cyberbullying e a dependência digital, que impactam diretamente a autoestima e a saúde emocional dos jovens. É fundamental que a família exerça um papel ativo no controle do tempo de uso dos dispositivos eletrônicos. O uso excessivo de smartphones está frequentemente associado à falta de interesse por outras atividades importantes para o desenvolvimento físico e emocional. Para reverter esse cenário, é recomendável que as famílias incentivem a adoção de uma rotina equilibrada, incluindo atividades como práticas esportivas, hobbies, academia ou até mesmo caminhadas sem o uso do celular. Essas ações simples já contribuem para reduzir a dependência digital. Além disso, estabelecer horários definidos para o uso dos aparelhos eletrônicos é essencial. Isso ajuda a criança ou o adolescente a desenvolver noções de limite e responsabilidade no uso da tecnologia. Como lembra Eisenstein, “Precisamos lembrar que o dia tem 24 horas. Se o jovem fica 4 ou 5 horas conectado, isso já representa 20% do tempo disponível.” Diante dos achados, reafirma-se a importância de discutir o tema de maneira crítica, envolvendo escolas, famílias e políticas públicas de saúde.
Palavras-chave: Saúde mental; Jovens e adolescentes; Redes sociais.