INTRODUÇÃO: Este projeto visa avaliar a viabilidade do uso da casca de mandioca (Manihot esculenta) e da grimpa de araucária (Araucaria angustifolia) para a produção de bandejas biodegradáveis, substituindo materiais poluentes como isopor e plásticos. A mandioca, rica em amido e com uma produção significativa no Brasil, gera resíduos que podem ser aproveitados. Por outro lado, a grimpa é um material abundante, muitas vezes considerado entulho. A combinação desses materiais pode resultar em compósitos moldáveis com potencial para aplicações como embalagens de frutas e verduras. OBJETIVOS: O objetivo principal é explorar a possibilidade de criar um material biodegradável a partir de casca de mandioca e grimpa de araucária, analisando suas propriedades mecânicas, resistência e biodegradabilidade. Especificamente, busca-se: 1. Desenvolver um compósito sustentável e moldável; 2. Avaliar a resistência e durabilidade do material; 3. Verificar a biodegradabilidade em condições naturais MATERIAIS E MÉTODO: Os matérias usados: 1. Cascas e entrecascas de mandioca; 2. Ramos de araucária (grimpa); Colas PVA; 3. Água filtrada; 4. Polvilho doce (amido de mandioca); 5. Equipamentos: liquidificador, balança, frigideira, formas metálicas. Os Métodos foram o estudo foi realizado em etapas: 1. Coleta da Matéria-Prima: Grimpas secas foram coletadas em Curitiba; cascas de mandioca foram adquiridas em mercados; 2. Preparação dos Materiais: As cascas foram secas ao sol e trituradas, enquanto as grimpas foram cortadas e trituradas; 3. Formação do Compósito: Misturas com diferentes proporções de casca e grimpa foram testadas com água e cola PVA; 4. Testes de Propriedades: Foram realizados testes de resistência, absorção de água e biodegradabilidade em uma mini estufa. RESULTADOS: Os testes mostraram que: 1. Presença de Amido: Todos os testes de reação ao iodo indicaram presença significativa de amido nas entrecascas; 2. Compósitos: As amostras com adição de cola PVA apresentaram melhor resistência, embora ainda frágeis. Testes de peso indicaram boa retenção de massa após secagem; 3. Absorção de Água: As amostras com cola PVA absorveram água, mas não desmancharam. As amostras com polvilho se desintegraram ao longo do tempo; 4. Biodegradabilidade: O ensaio em mini estufa revelou que os compósitos começaram a se decompor, enquanto o isopor permaneceu inalterado. CONCLUSÃO: Os compósitos desenvolvidos a partir da casca de mandioca e grimpa de araucária demonstraram viabilidade como alternativas sustentáveis a materiais não biodegradáveis. Apresentaram boa resistência e moldabilidade, adequando-se para aplicações como bandejas de armazenamento de alimentos. A pesquisa sugere que esses materiais podem ser uma solução eficiente para a redução de resíduos plásticos, contribuindo para práticas mais sustentáveis no setor de embalagens. A continuidade do estudo, focando na otimização do compósito e testes em larga escala, é recomendada para confirmar sua aplicabilidade comercial.
PALAVRAS-CHAVE: Mandioca; Grimpa de araucária; Material biodegradável;