INTRODUÇÃO: Anualmente, quatro bilhões de toneladas de alimentos são produzidos pelo globo, sendo desperdiçado 1/3 de tudo. No Brasil, diariamente, 41 mil toneladas de comida vão para o lixo, sendo 6 mil derivadas de estabelecimentos gastronômicos. Por conta da necessidade de renovação da matriz energética mundial, criou-se o biodigestor, equipamentos capazes de produzir energia e liberar biogás, rico em metano e dióxido de carbono, utilizando compostos orgânicos como matéria-prima. Para o atual projeto, utilizar-se-á do conceito de Economia Circular, associando o desenvolvimento econômico ao melhor uso de recursos naturais e matéria-prima virgem, esquematizando um biodigestor de pequeno porte, acessível para o microempreendedor e efetivo na diminuição do desperdício alimentar e na redução de custos, mantendo os cuidados globais. OBJETIVOS: Sistematizar e engenhar um biodigestor de pequeno porte, eficiente e funcional a partir do desperdício alimentício gastronômico, a partir das noções de economia circular, garantindo um melhor desenvolvimento mundial. MATERIAIS E MÉTODO: Sendo exclusivamente teórico até o momento, três caixas foram idealizadas, sem a construção de um protótipo real e funcional. A primeira parte do biodigestor será a porta de acesso, por onde o material orgânico chegará à segunda caixa pela ação da gravidade. Para essa construção, serão utilizados os barris de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), estruturas de alto custo-benefício e resistência, vigor a impactos, atoxicidade, leveza e fácil manuseio. A caixa principal, composta por outro barril PEAD, será internamente revestida com material isolante térmico, como o Politetrafluoretileno e apresentará uma abertura por onde será feita a ignição da matéria. Nesta etapa do processo, a biomassa queimará, gerando biogás, para conversão de energia cinética em elétrica pela terceira estrutura. A terceira parte do projeto permanecerá logo acima da segunda, apresentando ligação direta por um cano, responsável por transferir e armazenar o biogás num botijão vazio, que será facilmente removível para utilização de seu conteúdo em outros processos. A geração de energia da terceira estrutura será feita durante a locomoção desse biogás, passando por uma ventoinha, interior ao cano, convertendo a energia cinética em elétrica e armazenando-a em uma bateria, proporcionando praticidade de uso no momento desejável. RESULTADOS: Considerando uma relação em que cada tonelada de rejeito gera 400 m³ de biogás, o desperdício mundial anual, as 40 mil toneladas brasileiras e as 6 mil toneladas de resíduos gastronômicos gerarão, respectivamente, 530 Km³, 16 milhões de m³ e 2,4 milhões de m³ de biogás. Tendo em vista que cada metro cúbico de biogás gera 2,2 kWh de energia, teremos 1,116 PWh, 35,2 GWh e 5,28 GWh de energia, na devida ordem. CONCLUSÃO: O crescimento populacional e a necessidade de renovação da matriz energética mundial motivaram a busca pela idealização de um biodigestor capaz de produzir energia limpa e biogás pela aplicação da economia circular e reaproveitamento do desperdício alimentício. Com a construção de três estruturas, baseadas em barris de polietileno de alta densidade e nos estudos físicos de conservação energética, o biodigestor teórico seria capaz de aproveitar a matéria orgânica humana que vai para o lixo, gerando cerca de 40 vezes a produção mundial de energia.
PALAVRAS-CHAVE: Biodigestor; Desperdício Alimentício; Economia Circular;