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A Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São Benedito – localizada hoje no bairro São Francisco – foi construída por negros, a mando de seus senhorios, como um espaço alternativo para a prática do catolicismo, se tornando um patrimônio histórico de Curitiba, PR. Assim como outras igrejas criadas por negros escravizados a Igreja de São Benedito em Paranaguá e a Igreja Nossa Senhora do Rosário levam o nome do Santo. Essa figura sagrada teve grande importância para a criação do nome da igreja, por ser um santo negro e símbolo da resistência dentro do catolicismo, visto que tratava a opressão contra sua cor com paciência e misericórdia. Inserindo-se ao contexto histórico, como os negros não podiam manifestar sua própria fé, eram obrigados a seguir o catolicismo, obtinham outras maneiras de se conectar ao seu sagrado construindo práticas de resistência, iniciando assim o sincretismo religioso. Esse processo de hibridização se dava a partir da utilização das imagens dos santos católicos como representação dos Orixás, por exemplo São Benedito que era Ossain no candomblé, essa combinação no futuro se tornaria a Umbanda. O objetivo principal desta nossa pesquisa é averiguar, a partir do contexto histórico da criação da igreja, o surgimento do sincretismo religioso e demonstrar a importância da igreja para a sociedade atual e a memória de resistência negra em Curitiba, PR. Em termos teórico-metodológico, estaremos dialogando com as categorias de análise do campo de estudo da Memória, tais como Pierre Nora (Pensar os lugares de memória) e Michel Pollak (conceitos de Memória, identidade social e esquecimento).
PALAVRAS-CHAVE: Catolicismo; São Benedito; Santo Negro; Símbolo da resistência.
