Introdução: O projeto começou a ser desenvolvido em 2024, com o objetivo inicial de produzir bioplástico a partir de partes da bananeira. A ideia surgiu como uma solução para o problema que as plantas causavam no ambiente escolar, ao atrair animais peçonhentos. O corte e o manejo das bananeiras foram então aproveitados para a produção do bioplástico. Após testar várias partes da planta (da folha à casca do fruto), a equipe obteve maior êxito com o pseudocaule. Com a receita definida, os objetivos para 2025 foram expandidos para: Analisar a viabilidade de utilizar partes da bananeira para a produção de embalagens de bioplástico para mudas. Estimar a quantidade de fibra necessária e o crescimento da planta em relação à demanda de produção. Compreender as limitações e alcances do projeto em um contexto de escola pública. A equipe realizou a estimativa de crescimento, medindo e fotografando as plantas por três meses. Após o corte, uma planta foi pesada para os cálculos, revelando que o pseudocaule é a parte mais eficaz para a estrutura de bioplástico desejada. Em três meses, a planta cresceu 949g, resultando em 210g de biomassa, o suficiente para cerca de 12 recipientes. Ou seja, com base nesses dados, estimou-se que são necessários aproximadamente 4,5 dias (ou 107 horas) para gerar a quantidade de fibra suficiente para a fabricação de um vaso. Os recipientes demonstraram ser eficazes para o objetivo proposto, com uma decomposição em aproximadamente três meses, o que se mostrou viável para a produção de mudas e a eliminação de embalagens plásticas. O projeto também evidenciou a importância da iniciação científica para estimular o olhar crítico dos estudantes, mesmo com recursos limitados. Como próximos passos, a equipe planeja produzir pequenos recipientes de fibra para auxiliar nos projetos de horta e do “jardim das sensações”, projetos desenvolvidos pelo clube de ciências Little Scientists do Colégio. Objetivos: Analisar a viabilidade de utilizar partes da bananeira para a produção de embalagens de bioplástico para mudas. Estimar a quantidade de fibra necessária e o crescimento da planta em relação à demanda de produção. Compreender as limitações e alcances do projeto em um contexto de escola pública. Materiais e Método: Para a realização deste estudo, foi utilizado o pseudocaule da bananeira como matéria-prima na produção de bioplástico. Inicialmente, realizou-se a remoção completa da planta, permitindo acompanhar o crescimento do pseudocaule desde o início de um novo ciclo. Ao longo de 81 dias, foram realizadas medições regulares do comprimento do pseudocaule para monitorar seu desenvolvimento. As medições registradas indicaram crescimento de 15 cm em 28 de março, 57 cm em 21 de maio e 100 cm em 17 de junho. A partir desses dados, foram determinadas as taxas de crescimento: entre 28 de março e 21 de maio, a taxa foi de 0,6 cm por dia, e entre 21 de maio e 17 de junho, 1,7 cm por dia, evidenciando uma aceleração no desenvolvimento na fase final do ciclo. Resultados: Ao término do período de crescimento, o pseudocaule foi colhido para avaliação da biomassa. O peso total obtido foi de 949 g. Para a extração da fibra vegetal, o material foi processado em liquidificador por 40 segundos com água, e em seguida submetido à peneiração, resultando em uma pasta fibrosa. A análise da composição revelou que 210 g da massa correspondem à fibra vegetal (22,13%), enquanto os 739 g restantes referem-se à água (77,87%). Para estimar a produção diária de fibra, foi considerado o intervalo entre 21 de maio e 17 de junho, período em que a planta cresceu 48 cm e gerou aproximadamente 455 g de pseudocaule. Dividindo essa massa por 27 dias, obteve-se uma média de crescimento de 17 g por dia. Considerando o percentual de fibra presente na biomassa, foi possível determinar que o pseudocaule produz, em média, 3,7 g de fibra por dia. A partir desse valor, estimou-se o tempo necessário para produção de recipientes de muda com bioplástico. Dados experimentais indicam que a fabricação de seis vasos consumiu 100 g de fibra, o que corresponde a 16,66 g por vaso. Portanto, considerando a taxa de 3,7 g de fibra/dia, são necessários aproximadamente 4,5 dias (ou 107 horas) para produzir fibra suficiente para a confecção de um único vaso. A produção de seis vasos de bioplástico consumiu 100 g de fibra vegetal extraída do pseudocaule da bananeira, resultando em uma média de 16,66 g por vaso. Ao final de 81 dias de crescimento, o pseudocaule atingiu 100 cm e 949 g de massa, sendo 210 g de fibra (22,13%) e 739 g de água (77,87%). No período de 21 de maio a 17 de junho, a planta cresceu 48 cm, produzindo cerca de 455 g de pseudocaule em 27 dias. Isso representa um crescimento médio de 17 g por dia, o que, mantendo a proporção de fibra, equivale à produção diária de 3,7 g de fibra vegetal. Com base nesses dados, estimou-se que são necessários aproximadamente 4,5 dias (ou 107 horas) para gerar a quantidade de fibra suficiente para a fabricação de um vaso. Os resultados indicam que o pseudocaule da bananeira apresenta viabilidade como matéria-prima alternativa e sustentável para a produção de recipientes de mudas em bioplástico. Considerações Finais: Os resultados obtidos confirmam que o pseudocaule da bananeira é uma matéria-prima eficiente e sustentável para a produção de bioplásticos. Sua rápida taxa de crescimento e a significativa quantidade de fibra vegetal que pode ser extraída possibilitam a fabricação contínua e viável de recipientes para mudas. Isso evidencia o potencial do pseudocaule como uma alternativa ambientalmente responsável, capaz de suprir a demanda por materiais biodegradáveis de forma prática e renovável. Dessa forma, essa matéria-prima natural se apresenta como uma solução promissora para o desenvolvimento de bioplásticos, contribuindo para a redução do uso de materiais convencionais e minimizando impactos ambientais.
Palavras-chave: Bioplástico; Aproveitamento; Iniciação Científica; Bananeira.